11 de fevereiro de 2022
MT tem maior número de alertas de desmatamento da Amazônia, diz pesquisa
Mato Grosso está em primeiro lugar, apesar de ter a quinta maior área da Amazônia entre os estados.
Por: G1 MT
Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (11), apontam um aumento de 418% no desmatamento da Amazônia em janeiro deste ano, em relação ao ano passado. Segundo a pesquisa, Mato Grosso é o estado com o maior número de alertas de desmatamento, seguido por Rondônia e Pará.
Em janeiro foram 430 km² desmatados. Foi também a maior área com alertas para o mês desde 2016, quando foram iniciadas as medições do levantamento Deter-B. Mato Grosso está em primeiro lugar, apesar de ter a quinta maior área da Amazônia entre os estados, ficando atrás do Acre, Amazonas, Amapá e Maranhão, em extensão do território da vegetação.
Também fazem parte da Amazônia Legal Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Segundo a porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, os estímulos para o desmatamento têm sido tão evidentes que mesmo em janeiro, quando o desmatamento costuma ser mais baixo por causa do período chuvoso na região amazônica, a destruição disparou.
Ela afirma também que esse é um momento propício para quem desmata ou rouba terras públicas, já que existe uma falta de fiscalização ambiental e expectativa de alteração na legislação para regularizar a invasão de terras públicas.
Segundo análise do Greenpeace Brasil, 22,5% da área com alertas de desmatamento entre 1 e 21 de janeiro deste ano se concentrou nas florestas públicas não destinadas, alvo frequente de grilagem de terras.
Ao mesmo tempo, o Senado discute duas propostas preocupantes que visam regularizar a grilagem de terras.
Mazzetti explica que o desmatamento é prejudicial ao clima e à economia brasileira e diz que quanto mais desmatamento, maior é a contribuição do país com a ocorrência de extremos climáticos, a exemplo das fortes chuvas que afetam drasticamente as vidas de milhares de brasileiros.
Discussão na Europa
A exemplo disso, a União Europeia tem discutido uma legislação que proíbe a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas, ao passo que a falta de medidas para conter o desmatamento pode ser utilizada para barrar a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).