3 de fevereiro de 2022
Câmara de Cuiabá é notificada a cancelar nomeação de vereadores para CPI que vai investigar supostos desvios na Saúde
Observatório Social cita que parlamentares nomeados estão na lista de beneficiados por contratações ilegais de indicados políticos.
Por: G1 MT
O Observatório Social de Mato Grosso (OSMT) encaminhou uma notificação extrajudicial à Câmara de Cuiabá, nessa quarta-feira (2), para que cancele a resolução que nomeou os vereadores Marcrean Santos, Chico 2000 e Adevair Cabral, para a função de relator, membro e primeiro suplente, respectivamente, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar uma suposta organização criminosa desviou recursos da Secretaria Municipal de Saúde.
O g1 entrou em contato com a Câmara Municipal, mas não obteve retorno até esta publicação.
O Observatório diz que os parlamentares escolhidos são beneficiários diretos da organização criminosa que atua dentro da saúde pública da capital.
A instituição cita ainda que eles estão na lista de vereadores beneficiados por contratações ilegais de indicados políticos, conforme denúncia feita na Operação Capistrum.
Além da notificação encaminhada à Câmara em nome do presidente da mesa diretora, Juca do Guaraná, o Observatório solicitou que os parlamentares citados renunciem a participação na CPI no prazo de 15 dias.
Operação Capistrum
Na operação Capistrum, deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil em outubro do ano passado, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e sequestro de bens contra o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, e a mulher dele, Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro.
Além do prefeito, foram alvos da operação a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza e o chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto. Todos foram afastados de suas funções à época, e o chefe de gabinete chegou a ser preso temporariamente. Os pedidos de busca e apreensão e de sequestro de bens também atingiram o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da prefeitura, Ricardo Aparecido Ribeiro.
Segundo o Ministério Público, as medidas foram solicitadas de forma cautelar após investigações apontarem indícios de ilegalidades na Secretaria Municipal de Saúde.