21 de junho de 2021
Casos de Covid aumentam no Reino Unido, mas festas de casamento voltam a ser autorizadas
Festas estão limitadas a 30 convidados. Estão proibidos cantos e danças. No máximo, a tradicional primeira dança dos recém-casados será admitida.
Por: RFI
Está aberta a temporada de casamentos no Reino Unido. Embora o governo tenha protelado o fim das restrições sanitárias no país, os casais que vinham adiando há mais de um ano o “sim” poderão fazer festas para mais de 30 convidados a partir desta segunda-feira (21).
Mas as celebrações só podem acontecer do lado de fora, em locais previamente autorizados, que deverão manter as regras de distanciamento social. Além disso, recomenda-se o uso de máscaras.
Nem por isso as famílias dos noivos devem se empolgar muito. Estão proibidos cantos e danças. No máximo, a tradicional primeira dança dos recém-casados será admitida. E só.
O governo pediu até para que os organizadores dos eventos tirem as pistas de dança dos locais. Ou seja, os casamentos ainda não serão o que eram.
Indústria respira aliviada
Mas a verdade é que só de poder realizar as festas, a indústria já respira aliviada no Reino Unido. Este é um mercado anual de quase R$ 100 bilhões no país. Estima-se que cerca de 132 mil casais tenham adiado a grande data desde o início da crise pandêmica.
A nova realidade que se impôs acabou mudando as prioridades de muitos noivos. Uma pesquisa de opinião do banco Halifax indica que pouco mais de 60% dos casais já consideram abrir mão das festas e partir direto para o financiamento da casa própria.
Eles acham que pode ser um melhor negócio, diante das incertezas que levaram a muitos adiamentos e dos altos custos das festas. O mercado imobiliário no Reino Unido, mesmo com a crise pandêmica, não arrefeceu. É um dos mais caros do mundo. Além disso, por conta do novo coronavírus, muita gente que morava na capital, resolveu se mudar para o campo atrás de espaço e jardim. Os preços dispararam em até 20%.
Última etapa da flexibilização
As outras restrições, que deveriam ser suspensas a partir desta segunda-feira, seguem em vigor pelo menos até 19 de julho. Entre elas, o uso obrigatório de máscaras e o teletrabalho. Os festivais, que costumam acontecer no verão, também estão suspensos até lá. Muitos, por medida de precaução, só devem ser realizados depois de agosto.
A variante Delta, como passou a ser conhecida a mutação surgida na Índia, já é responsável por mais de 90% dos novos casos no país. As contaminações têm crescido mais ou menos 50% a cada 11 dias. Na última semana, o aumento foi de quase 80%.
O número de hospitalizações e mortes, contudo, não subiu na mesma proporção. Mas isso acendeu a luz amarela dentro do governo britânico. O primeiro-ministro, Boris Johnson, preferiu esperar um pouco mais para acompanhar os desdobramentos do que pode ser uma nova onda de contaminações.
70% dos britânicos vacinados até julho
Enquanto isso, o país aperta o passo da campanha de vacinação. Espera-se que cerca de 70% dos adultos estejam totalmente imunizados até 19 de julho. Nesse fim de semana, o sistema nacional de saúde gratuita do país abriu clínicas de vacinação que as pessoas podem procurar sem a necessidade marcar hora, como tem sido feito desde o início da campanha.
Nesse domingo (20), o país registrou pouco mais de nove mil novos casos e seis mortes. Até agora, 59,5% da população adulta britânica já recebeu as duas doses de imunizante, o que equivale a 31,3 milhões de pessoas.