3 de maio de 2021
Em Cuiabá, 18% dos casos de violência doméstica estão concentrados em 10 bairros
O bairro com maior número absoluto de casos é o Pedra 90, com 75 registros. Em seguida estãoo Dom Aquino (45); Dr. Fábio e Tijucal (38) e CPA 4 (37).
Por: G1 MT
Dez bairros de Cuiabá concentram 18,5 % das ocorrências de violência doméstica atendidas pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher da Capital (Dedm) durante o ano passado. Os dados estão reunidos no 4° Anuário Estatístico 2020 da Polícia Civil, divulgado na última sexta-feira (30).
O documento organizado pela delegacia especializada traz o perfil socioeconômico das vítimas atendidas, assim como dos agressores, com base nas informações coletadas pela equipe de atendimento.
O bairro com maior número absoluto de casos é o Pedra 90, com 75 registros. Em seguida estão o Dom Aquino (45); Dr. Fábio e Tijucal (38); CPA 4 (37); Jardim Imperial; Santa Isabel; CPA 3; Centro Sul e Boa Esperança.
A delegada titular da DEDM Cuiabá, Jozirlethe Magalhães Criveletto explica que embora os dez bairros citados concentrem a maior parte das ocorrências, há registros de violência doméstica na maioria da cidade.
Perfil das vítimas
Em relação ao perfil das vítimas atendidas pela DEDM durante o ano passado, o anuário traz informações como declaração da cor, estado civil, faixa etária, escolaridade, profissão, se tem filhos e vínculo com o agressor.
A maioria das mulheres que busca o atendimento da DEDM está na faixa de idade entre 35 e 45 anos e se declara parda.
O estado civil é solteira, o que representa aproximadamente 37% do total de vítimas atendidas. São mulheres jovens, que buscam auxílio para sair do ciclo da violência e muitas vezes necessitam de uma ocupação com rendimento financeiro para conseguir superar a situação violenta.
A escolaridade declarada pelas mulheres atendidas pela delegacia é de ensino médio completo, concentrando 41,6% de registros. Já mulheres com ensino superior alcançou o percentual de 25,3% de registros.
Somando os dois percentuais ao de vítimas que informaram ter o ensino superior incompleto, o total é de 67% das vítimas que possuem, no mínimo, o ensino médio enquanto apenas 1,8% das vítimas se declararam não alfabetizadas.
A titular da DEDM observa que mesmo que a maioria tenha uma capacitação mínima que pode buscar uma oportunidade de trabalho, há que se entender o que está por trás e impede essa mulher de buscar a independência financeira.
Em relação à ocupação, 8,2% das vítimas atendidas pela DEDM em 2020 não informou a profissão na ocasião do registro e 11,4% das vítimas se declararam do lar. Um percentual de 5,6% se declarou autônoma e 19,6% definiram a ocupação em categorias secundárias.
A mulher entra em um ciclo de violência que muitas vezes ela não percebe, pois não há a agressão física. Mas a agressão moral e psicológica está presente no dia a dia e a mulher também é colocada como a responsável pela educação dos filhos e cuidados com a casa.