sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Divulgação/CRM-MT

Por: G1 MT
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM) vai apurar a denúncia feita por uma técnica de enfermagem contra o Hospital São Judas Tadeu sobre suposta negligência que teria resultado na morte de pacientes com coronavírus, entre eles, o major PM Thiago Martins, 34, no último domingo (4).

Segundo o CRM, a profissional até o momento não registrou a denúncia no órgão. No entanto, a corregedoria do CRM foi acionada com base nas notícias veiculadas na imprensa para apurar a denúncia ‘ex ofício’, ou seja, o próprio conselho instaura a sindicância baseada em matérias jornalísticas.

A técnica de enfermagem, de 38 anos, fez um boletim de ocorrência, na segunda-feira (5), denunciando o hospital São Judas Tadeu, no Bairro Jardim Califórnia, em Cuiabá, de tirar oxigênio de pacientes com Covid-19 e deixá-los morrer na unidade hospitalar.

A denúncia foi feita após a profissional ser demitida da unidade hospitalar.

O Hospital São Judas Tadeu, por meio de nota, nega o relato e afirma que a profissional está mentindo.

“As acusações foram proferidas por uma funcionária que trabalhou 50 dias na instituição e foi demitida na semana passada justamente por práticas dissonantes com as exigidas pelo hospital e, por isso, utiliza-se dessa pauta com cunho de promover retaliação e vingança. É evidente que as afirmações são desprovidas de qualquer fundamento e principalmente provas”, diz trecho da nota.

O CRM afirma que irá se reportar às pessoas envolvidas no fato, solicitando informações pertinentes ao atendimento do referido paciente, buscando a verdade dos fatos e oportunizando a ampla defesa e o contraditório no atendimento.

A sindicância vai tramitar em sigilo, como é estabelecido por lei.

Ao G1, a profissional contou que estava trabalhando na unidade há dois meses, mas que houve quebra no contrato e ela foi demitida. De acordo com a técnica em enfermagem, durante os dois meses de experiência no hospital, ela presenciou negligência e maus-tratos.

“Faltavam insumos, medicamentos, a sedação estava sendo feita com morfina. E eu vi eles desligando oxigênio dos pacientes. Estavam deixando os pacientes morrerem todos os dias”, relata.

O hospital afirmou que irá adotar medidas cíveis e criminais cabíveis contra a profissional.

“Sempre atuamos com profissionais sérios e comprometidos com a ética e o bem estar dos pacientes e assim permaneceremos nossa caminhada”, encerra outro trecho da nota.

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