quinta-feira, 24 de abril de 2025

Por: Istoé Gente

Titi Müller, ex-apresentadora do programa “Anota Aí”, do Multishow, revelou em entrevista ao canal Engatilhadas, da Dia TV, que viveu um quadro de esgotamento físico e mental provocado pelas intensas viagens a trabalho. Apesar de parecer uma rotina dos sonhos, visitar inúmeros destinos se tornou tão exaustivo que, segundo ela, chegou a desejar quebrar o pé só para ter uma desculpa para parar. O relato sincero reacende um alerta importante: o burnout é real, atinge cada vez mais profissionais, mesmo em carreiras idealizadas, e exige atenção urgente das empresas.

O burnout já é tratado como doença ocupacional na nova Classificação Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2022 e, a partir de 2025, o código entrou em vigor para pacientes brasileiros que enfrentam o quadro caracterizado por esgotamento físico e mental, alterações de humor, insônia, sentimentos de fracasso, dores musculares e de cabeça, alterações nos batimentos cardíacos e outros sintomas relacionados com o trabalho.

Segundo o especialista em educação empresarial e gestão emocional, Leonardo Loureiro, o bem-estar mental dos colaboradores é um fator determinante para o sucesso de uma empresa, mas muitos gestores ainda negligenciam a necessidade de gerenciar os riscos que impactam a saúde emocional de suas equipes.

Leonardo afirma que é fundamental adotar um mapeamento eficaz dos fatores de risco e implementar políticas preventivas nos negócios. Esse processo deve ser contínuo e envolver tanto a liderança quanto os próprios colaboradores: “A gestão da saúde mental no trabalho não pode ser vista como um diferencial, mas sim como uma necessidade estratégica. Empresas que ignoram esse aspecto tendem a lidar com maior rotatividade, desmotivação e perda de talentos”.

O primeiro passo para uma gestão eficaz dos riscos à saúde mental é identificar os sinais de alerta dentro da organização. O excesso de demandas, a falta de reconhecimento do trabalho, ambientes de extrema competição e a ausência de apoio psicológico são fatores que podem comprometer o equilíbrio emocional dos colaboradores.

“O gestor precisa estar atento a mudanças no comportamento da equipe, como queda no desempenho, aumento do absenteísmo e sinais de exaustão. São indicativos que algo não está bem e precisa ser tratado antes que se agrave”, explica o especialista.

Além do diagnóstico, a empresa deve investir em medidas preventivas para reduzir os impactos negativos no bem-estar dos funcionários. Criar um ambiente de trabalho mais humano, incentivar a cultura do diálogo e oferecer suporte psicológico são ações essenciais para minimizar os riscos.

“É preciso desenvolver políticas claras que estimulem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de oferecer treinamentos que preparem os líderes para lidar com essas questões. O gestor bem treinado consegue agir proativamente, evitando que pequenas dificuldades se transformem em crises”, pontua Leonardo.

Outro aspecto essencial na gestão da saúde mental é a personalização das estratégias de cuidado, levando em conta o perfil e as necessidades de cada equipe. Para isso, ferramentas de mapeamento comportamental e pesquisas internas podem ajudar a entender melhor os desafios específicos enfrentados pelos colaboradores.

“Cada empresa tem uma realidade diferente, e o que funciona para uma pode não ser eficaz para outra. O mapeamento dos riscos precisa ser feito com base em dados e no envolvimento ativo dos funcionários”, destaca o especialista.

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