9 de outubro de 2024
Animais vítimas de queimadas são evacuados de centro de cuidados no Pantanal após nova ameaça de incêndio em MT
Até o momento, um tamanduá, uma anta e um veado já foram retirados da base de cuidados. Uma onça parda aguarda transferência.
Por Ianara Garcia, TV Centro América
Após uma nova ameaça de incêndios, animais vítimas de queimadas foram evacuados de uma base de cuidados do Instituto Ampara Silvestre, na Transpantaneira, na região de Poconé, a 104 km de Cuiabá. Imagens mostram o resgate e transporte dos animais (assista acima).
Os trabalhos são realizados desde segunda (7), por veterinários e voluntários, sob recomendação do comando da fauna do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Até o momento, um tamanduá, uma anta e um veado já foram transferidos para uma base da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), na transpantaneira. Uma onça parda ainda aguarda a transferência para um um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) em Mato Grosso do Sul, previsto para o fim de semana.
“O tamanduá foi resgatado de incêndio com ferimento nas quatro patas, o veado também foi resgatado de incêndio, com ferimento nas três patas, todos em tratamento. […] os tratamentos incluem sedar, fazer limpeza, usar onoterapia, fazer curativo. É uma rotina ambulatorial intensa, explicou a veterinária do Ibama, Marília Gama.
A Sema confirmou que os animais estão na base da secretaria.
Queimadas em MT
De janeiro deste ano até agora, o estado registrou 48.049 focos de incêndio, segundo dados do Banco de Dados de queimadas (BD queimadas). Mato Grosso teve 56,34% do território atingido por fogo e foi, novamente, o estado que mais queimou no Brasil, entre os dias 12 e 13 de setembro.
No dia 11 de setembro, a Defensoria Pública da União (DPU) enviou um ofício ao Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo e ao Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Federal (Ciman Federal) solicitando ações imediatas para combater os incêndios que devastam terras indígenas em Mato Grosso, incluindo o Parque Indígena do Xingu, onde no mesmo dia foi registrado um paredão de fogo.
Somente em agosto, mais de 1,6 milhão de hectares atingidos e devastados pelo fogo, segundo uma análise feita pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com base nas pesquisas da Administração Nacional dos Estados Unidos de Aeronáutica e Espaço (Nasa).
Causas dos incêndios
Segundo a WWF Brasil, o número de focos de incêndio na Amazônia é o maior registrado desde 2004. A instituição reforçou que, apesar do bioma ter apresentado queda no desmatamento nos últimos dois anos, o fogo utilizado para “limpar” as áreas onde a floresta ou a savana foi derrubada continua potencializando a destruição da área.
Conforme o último boletim anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), a área desmatada na Amazônia foi de 9.064 km² entre agosto de 2022 e julho de 2023, uma queda de 21,8% do total da área desmatada em comparação ao relatório anterior, de agosto de 2021 a julho de 2022.